A beleza não elimina a tragédia, mas a torna suportável.

sábado, 28 de maio de 2011

"Pior do que a voz que cala, é um silêncio que fala." Não existe definição melhor para este 'estado' do que esta frase de Martha Medeiros.



O "silencio que fala" nos consome, nos enche de ansiedade, esperança e desesperança de um minuto a outro. É a vida e os acontecimentos repensados. São sonhos revividos a espera de uma resposta. É a angustia do 'não' se fazendo e refazendo a cada instante, no telefone que não toca, na tempestade que não vem. No beijo que não ganhei. No apoio que não recebi. O silencio me responde mesmo estando camuflado nos movimentos. É uma ausência cheia de presença. O reconheço na dor. Na saudade. Na multidão apressada. No afeto fugaz.  Ele me trás verdades absolutas e inquestionáveis. Sei que ele ta presente quando censuro meus pensamentos. Quando meu ‘alter ego’ toma as rédeas  da situação, colocando coerência onde só existe ilusão. Entender a resposta no silencio é ver além das aparências. É analisar sentimentos, buscar significados, rever decisões. Ler nas entrelinhas. São atos. Conseqüências. Sensações. Questionamentos.
Atesto com conhecimento de causa, esta é a resposta mais doída que já tive o desprazer de sentir: o ‘não’ presente no olhar. Alias todos os ‘nãos’ ditos sem a emissão de uma palavra, em sua maioria nos faz sofrer mas também nos impulsiona a novos caminhos, novos horizontes, novos limites, outras pessoas e novas sensações. Se é bom ou ruim, só o tempo dirá! 
Raquel Fernandes.

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